"Ouvir é uma arte complicada. Exige calma e atenção, exige que não sejamos preconceituosos. Exige que paremos de atender tanto celular e mandar tanto e-mail, exige que estejamos presentes inteiros, de corpo e alma. Exige que doemos o tempo que nos é tão caro, o tempo que dizemos que não temos. Aqui, em Londres, em Madrid, em São Paulo, em Dubai, tudo vai e vem, o dólar sobe e desce e sobe de novo, as empresas se fundam e afundam para serem ressucitadas ali adiante, o sucesso se conquista e se perde e se conquista de novo, e tudo é negociável, tudo é possível, tudo, menos trazer de volta o tempo que já passou.
Mas se parássemos para escutar, talvez, apenas talvez, ao invés de ouvir o pedido de um presente caro, além das nossas posses e da nossa crise existêncial de início de milênio, quem sabe se não ouviríamos apenas um suspiro e um silêncio virado em sorriso, e um roçar de braços que abraçam e um estalar de lábios que são um beijo de irmão, e um sussurro dizendo "eu amo você e sinto a sua falta"."
Essa brilhante passagem é parte da crônica "Mais de mil papai-noéis..." de Simone Souerssig do blog http://porteiradafantasia.blogspot.com/ . Recebi um e-mail da tia Ane (Anellize Kieling) dizendo para ler essa crônica neste blog. Li e adorei e dedico a todos(as) os "sem tempo"...
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Feliz Natal!