Mesmo para os não gaúchos, vale ler.
PRIMEIRO VEM O TEXTO NOS DIFAMANDO, DEPOIS A RESPOSTA .
Gauchada esquece a bola e quer levantar títulos na forçaPor Chico Lang
http://www.gazetaesportiva.net/nota/2009/06/25/585664.htmlhttp://chicolang.alltv.com.br/
O futebol gaúcho sempre foi conhecido pelo espírito belicoso, coisa de fronteira. Quer dizer, ou vai na bola ou no pau. No entanto, Grêmio e Internacional estão exagerando. Gremistas fizeram carnaval em Belo Horizonte. Colorados prometem outro salseiro contra o Corinthians, na próxima quarta-feira. Está na hora de a CBF meter a colher nisso e, se for o caso, tirar mando de campo desses caras, um bando de "machochos", ou seja, sem suco, insípidos, debilitados metidos a macho.
Gremistas e colorados sentiram a barra. Estão em tremenda desvantagem em relação a Cruzeiro (Libertadores) e Corinthians (Copa BR). Os 3 a 1 no Mineirão praticamente garantiram os mineiros na decisão da sul-americana. O mesmo acontecendo com o Timão, que não levou e ainda marcou dois gols.
O jeito, então, é apelar para a ignorância, criando um "clima de guerra", coisa de índio mesmo, de gente sem espírito esportivo, querendo ganhar o jogo no grito. Resultado: se eu fosse dirigente de Cruzeiro ou Corinthians levaria um pelotão de seguranças, prontos para o que der e vier nas partidas de volta em Porto Alegre.
Na época da ditadura militar, a maioria dos generais era lá do Sul. Os caras torturaram, mataram, usaram dinheiro público ao bem prazer e tudo bem. Criou-se a cultura de não ser "revanchista" com o surgimento da democracia. No entanto, crime é crime e ninguém foi punido e, pelo jeito, nunca vai ser. Muita gente daquela época já está ardendo no fogo dos infernos. Como diria a avó do psiquiatra Zé Carlos Zeppellini, "Deus escreve certo por linhas tortas".
E assim caminha a mediocridade...
DIREITO DE RESPOSTAPor Pedro Henrique Sebben
Hoje vejo que a questão que foi muito debatida nos últimos dias sobre a obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão de jornalista é algo sem muita importância, pois mesmo no tempo em que havia essa obrigatoriedade vemos jornalistas como o Sr. Chico Lang exercendo essa tão ilustre e importante profissão, e ainda por cima em uma historicamente reconhecida emissora da imprensa brasileira.
Sr. Chico Lang, lhe garanto que não é necessário nossos adversários ou qualquer outra pessoa que venha ao nosso estado estar acompanhada de um batalhão de seguranças, creio que isso seria até de um imenso prejuízo para São Paulo, pois por ser o estado mais violento do país qualquer homem da segurança que saia desse estado irá fazer uma tremenda falta.
Mas caso por algum temor ou falta de coragem isso seja preciso, lhes sugiro que no mesmo dia não seja efetuado nenhum jogo na cidade de São Paulo, pois a "civilizada" torcida paulista como já acompanhamos em outros fatos que são decorrentes todos os anos incluindo esse, tem o costume de promover algumas confusões mais generalizadas, como a que acompanhamos a dias atrás no jogo entre Corinthians x Vasco pela Copa do Brasil, ou Corinthians x São Paulo e Santos x Corinthians no Campeonato Paulista, isso para ficarmos apenas no que ocorreu esse ano, e olha que coincidência, os três jogos tem a participação de um mesmo time. Enquanto isso aqui no “belicoso” Rio Grande do Sul não temos nenhum registro de violência com pessoas feridas ou mortas nesse ano, ou até mesmo no ano passado, mesmo sendo disputados sete Gre-Nais nesse período.
Prezado jornalista, não confunda garra, gana, vontade de vencer com incitação a violência, os times gaúchos sempre foram reconhecidos por seu futebol viril, guerreiro, e por sempre acreditar e buscar até o ultimo segundo, e não vai ser agora que isso vai ser alterado, e muito menos devido à opinião do Senhor. Os gaúchos nunca precisaram de apoio e bajulação da imprensa do eixo para serem vencedores, nossos dois maiores clubes conquistaram tudo o que qualquer time do mundo pode almejar com somente seu esforço e superação, mesmo quando tivemos alguns obstáculos digamos “fora do comum” como ocorreu em 2005, e creio que seja isso que provoque tamanho recalque vindo de sua pessoa.
Quanto à citação de que na época da ditadura militar a maioria dos generais eram gaúchos é de uma infelicidade comparada ao tamanho de sua falta de respeito para com nosso povo, é a mesma coisa que alguém afirmar que todo o povo do Maranhão é desonesto devido ao Sarney ser daquele estado, afirmar que todo povo baiano é ladrão devido ao Daniel Dantas ter nascido naquele tão belo estado, ou então afirmar que todo jornalista paulista é um mau jornalista por o Senhor ser daquele estado.
E assim caminha a inveja, prepotência e falta de respeito.
Pedro Henrique SebbenColorado, Gaúcho e não tem diploma de jornalista
Resposta ao jornalista "esportivo", que nem esporte conhece
Existem algumas figuras que aproveitam o espaço que têm, nas empresas jornalísticas em que trabalham, para destilar sua mágoa, inveja, despeito, ignorância em relação ao Rio Grande do Sul. Vez ou outra em finais de campeonato, a imprensa paulista baba seu despeito pelo fato de alguns estados que eles acreditam ser "menores" jogarem um futebol melhor e mais competivivo do que eles. Esse Chico Lang é apenas o lambari de um rio cheio de outros peixes maiores que, vez ou outra, atacam os times gaúchos pela garra e espírito de luta com que disputam seus jogos. Por tabela, atacam também o povo gaúcho e sua cultura, lembrando apenas os militares que durante a ditadura deixaram a repressão correr solta.
Provavelmente ele não conhece história e se esqueceu de falar de tantos gaúchos ilustres que lutaram e morreram para fixar a fronteira sul do Brasil. Ou de outros, mais contemporâneos, como Getúlio Vargas, que precisou sair daqui para fazer a revolução contra a república velha que a política café com leite (Minas e São Paulo) nunca se animou a fazer para derrubar as velhas oligarquias. E se o jornalista hoje tem uma carteira de trabalho assinada, com férias, aposentadoria, horário e direitos trabalhistas para serem respeitados, se deve a esse gaúcho que saiu daqui e foi lá derrubar o que os valentes paulistas não fizeram.
Ele se esqueceu de lembrar que os militares que ele critica hoje, que deram o golpe contra João Goulart, foram apoiados por uma famosa "passeata dos 100 mil", composta de donas de casa ademaristas, militares, industriais de café e ex-udenistas, realizada onde? Em São Paulo. Quem colocou os militares lá, sr Chico Lang, não foram os gaúchos, pode ter certeza! Ao contrário, foi o único estado do Brasil a se levantar em 1961 contra a tentativa antecipada do Golpe de 64, que os militares do Sudeste tentaram dar contra a posse de João Goulart, o legítimo Vice-Presidente, eleito com Jânio Quadros, que renunciou. Não me lembro de nenhum paulista fazendo qualquer coisa para manter a ordem constitucional. Será que ele ouviu falar alguma vez na "Cadeia da legalidade"?
Provavelmente não, porque o jornalista "esportivo" confundiu Taça Libertadores, com Sul Americana. A Taça ou torneio que o Cruzeiro disputou e perdeu, porque talvez lhe faltou raça, coragem e valentia, foi a Libertadores e não a Sul Americana, desinformado jornalista "esportivo". Ele se precipitou e anunciou um "salseiro" em Porto Alegre. Que salseiro? Ninguém aqui saiu ferido, em nenhum dos jogos, como diz o cronista acima. Aliás, realmente, nós estamos acostumados a ver paulera entre torcidas, mas é nos jogos do futebol paulista, onde todo ano torcedores são mortos pelas chamadas "torcidas organizadas", apenas para dar porrada nos outros. Aqui, por pior fase que o time esteja enfrentando, ninguém atira ovos e pedras nos ônibus dos jogadores, como fez a torcida do Santos. Quem está "apelando para a ignorância"?
Quanto à referência a "coisa de índio mesmo", além de uma ostensiva e ignorante discriminação aos nossos povos primitivos, que foram dizimados por bandeirantes paulistas, temos realmente muito orgulho de ser descendentes do valoroso povo Guarany, que há mais de 300 anos já tinha aqui no Rio Grande do Sul, na Colônia do Sacramento, uma sociedade organizada e comunitária de fazer inveja a qualquer acampamento do MST, instalado no Vale do Paranapanema. Também temos orgulho do sangue gaúcho, belicoso e guerreiro, que faz o nosso futebol ser diferente daquele jogo de comadres jogado em certos estados do sudeste. É por isso que, com apenas dois times chamados grandes, o Rio Grande do Sul possui dois títulos mundiais, três Taças Libertadores, duas Recopas, uma Sul-Americana, cinco títulos brasileiros e cinco títulos da Copa do Brasil.
Caro jornalista esportivo de araque.
Aproveite o espaço que a sua empresa lhe dá, e não é seu, para analisar tecnicamente times e jogadores de futebol, sem bairrismos e achaques xenofóbicos contra povos atuais e passados. Prestaria melhor serviço também se ficasse calado. Nos pouparia de estar aqui lhe dando uma aula de história.
João José Forni
Gaúcho, gremista e jornalista.